Page 88 - Da Terra
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No telhado, o compadre, desviou uma telhazinha e começou a gemer, a gemer…


                 -


                 A mulher começou a ouvir aquilo e começou a ficar assustada:


                 - O que é que eu estou a ouvir, o que é que eu estou a ouvir? - e então perguntou - Quem é que está aí?

                 - Sou eu mulher!


                 - És tu homem? És mesmo tu?

                 - Olha, fiquei a dever dinheiro ao meu compadre. Então, não te esqueças de lhe pagar!


                 - Oh homem, está bem. Descansa lá em paz que eu lhe pago.


                 O compadre ia para sair do telhado, quando a mulher o chamou:

                 -  Mas, oh homem, já que estás aí, eu gostava de te ver! Tenho tantas saudades tuas! Fazes-me muita falta!


                 - Mas eu não posso… não posso… - dizia o compadre em voz meio cantada, qual alma penada.

                 - Oh homem, mostra só um bocadinho da cara…


                 O compadre não podia ser reconhecido ou o seu plano ia por água abaixo. Então, abriu a braguilha
                 e colocou o pinto no buraco da telha.


                  Ela, quando viu aquilo gritou:


                                                                 AI VALHA-ME DEUS PARA TODO O SEMPRE,

                                                        LÁ NO OUTRO MUNDO MUITO CRESCE O NARIZ À GENTE.


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